22/05/06

Aldeia Global

Em Nikko - Novembro 2005
"Minha aldeia é todo o mundo, Todo o mundo me pertence, Aqui me encontro e confundo, Com gente de todo o mundo, Que a todo o mundo pertence." António Gedeão (1906-1997)

A multiculturalidade rodeia-me e a mente rodopia com tamanha riqueza! Por todo o lado socializo com pessoas de todo o mundo. Uma panóplia de credos, formas de estar, raças e culturas que se diluem por entre o convívio. Fazendo-nos crer que há características intrínsecas comuns aos povos desta aldeia global.

Este encontro de culturas fascina-me e diariamente tento aprender a respeitar, a compreender, a aceitar e a tolerar a diferença. Assim rasgo novos horizontes e conscencializo que a terra é quase esférica. Hoje, quando contemplo os povos Europeus, não penso nas suas assimetrias mas sim naquilo que os une.

Desde que cheguei a Tóquio já conheci "gente de todo o mundo". De alguns não sei o nome mas sei sempre as suas nacionalidades:

Portugal, Espanha, França, Alemanha, Suíça, Itália, Hungria, Polónia, Inglaterra, Finlândia, Suécia, Rússia, Letónia, Ucrânia, Uzbequistão, Cazaquistão, Mongólia, China, Taiwan, Bangladesh, Indonésia, Tailândia, Vietname, Cambodja, Malásia, Austrália, Nova Zelândia, Gana, Moçambique, Tunísia, Irão, Iraque, Turquia, Bulgária, Roménia, Croácia, EUA, Argentina, Colômbia, Chile, El Salvador, México, Canadá, Índia, Paquistão, Brasil, Peru, Venezuela, Egipto, Israel, Chipre, Japão, Nepal, Coreia do Sul, Turquestão, Grécia, Áustria, Uruguai, Moldávia, Holanda, Jamaica, Lituânia, Noruega, Bélgica, República do Palau, República Checa, Jordânia,

16/05/06

Apanhados II

Gitanos, macumbeiros e videntes de todo o mundo... tremam todos! Os Japoneses chegaram (de gravata, luva branca e computador)!

Parque de Ueno num Domingo de tarde

06/05/06

Deixem o menino dormir!

Na Universidade de Tóquio vigora o magistocentrismo. O Professor debita, o aluno escuta e ninguém espevita, isto é, ninguém conversa e poucos chegam atrasados. No entanto é permitido dormir, da primeira à última fila, vários alunos dormitam nas mais estranhas posições. Atinge-se o auge nas aulas por vídeo-conferência, em que o Professor, usando tecnologia de ponta, transmite a partir de algures.

A interacção professor/aluno é miníma e embora de corpo presente, por vezes, é habitual estar de mente ausente. Uns dormem, outros estão atentos, há quem estude outras disciplinas e há quem se entretenha com os seus computadores portáteis. O mesmo espírito se aplica às 6h de reuniões semanais que tenho no laboratório e os 2 sófas-cama que possuímos confirmam a filosofia.

As bibliotecas e as cantinas também são bons sítios para avistar os meninos que dormem. Mas nada comparável com a destreza dos commuters que, 5 seg após entrarem no comboio, assumem o modo Stand-By. Afinal de contas... organização e optimização são 2 dos pilares do sucesso Nipónico. Pois quando o cansaço aperta e o sono desperta,... não há nada como dormir!

Post scriptum: O Povo Japonês é muito trabalhador e, em Tóquio, os commuters e alguns estudantes passam 3h ou 4h diárias nos transportes públicos. Este texto não pretende desvalorizar ninguém. Todos nós podemos ser vencidos pelo cansaço.