Modernidade e diversidade cultural são omnipresentes ao caminhar pela área central de Roterdão. Por entre edifícios de formas arrojadas, espraiam-se ruas povoadas de holandeses de todo o mundo e cores fazendo jus ao espírito cosmopolita da cidade, onde 50% da população tem ascendentes estrangeiros e o presidente da câmara se chama Ahmed.
Na II Guerra Mundial a Luftwaffe arrasou o centro da cidade e esta preferiu reinventar-se ao invés de se reconstruir. Virou-se para o futuro onde cada edifício visava surpreender e acrescentar algo de novo à cidade. Uma renascença arquitetónica inspirada na água pois é neste elemento que a cidade extrai o seu poderio (é o segundo maior porto do mundo) e para poder existir as águas tiveram de ser domadas com diques, canais e comportas (algumas partes da cidade estão 6 m abaixo do nível das águas do mar).
Deambular pela cidade num dia solarengo é ter o mundo e o futuro connosco. É sentir a fusão da água e da cidade, é observar as tribos urbanas que esperamos encontrar em Nova Iorque, é encontrar mornas Cabo Verdianas em pequenos jardins de áreas residenciais, é ter o cheiro das padarias Turcas e dos crepes Vietnamitas, é saborear o roti do Suriname, os couscous Tunizinos, os pásteis Portugueses e as sandes de arenque Holandesas. É comer noodles na Chinatown, beber cerveja Belga em Neuwe Bennenweg e fazer compras no popular mercado ao ar livre de Oude Haven (Terças e Sábados). Isto é tudo muito gezellig!
Esta amalgama de cidade industrial, passado marítimo, cultura Holandesa e diversidade cultural traduz-se numa dinâmica social muito própria, criando uma cidade confiante e acostumada a estar na vanguarda; seja na pintura, na música, nos negócios ou na arquitetura. Uma forma de estar na qual Desiderius Erasmus Roterodamus (1466-1536) é um dos seus expoentes, e uma referência para centenas de milhares de estudantes universitários que participaram no programa Erasmus. Como dizem os Holandeses, viver em Haia, trabalhar em Roterdão e divertir-se em Amesterdão!
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