20 chocolates da Bel Amer, 33 EUR Veio o Dia Branco e os homens retribuem os chocolates recebidos um mês antes no dia de São Valentim. Ambos são eventos induzidos pelos lobbies e onde as massas consomem compulsivamente pois, em Tóquio, o consumo é o estupefaciente de muitos. É este o pano de fundo social que explica que, em terras nipónicas, o Dia Branco e o São Valentim são picos nas vendas do negocio do chocolate.
Nomes franceses e belgas, sob a forma de requintados volumes, escondem o desejo/cliché nacional de possuir, por breves momentos, o dito charme europeu. Em prol das ligações entre os sexos (sejam amorosas ou meramente sociais), marionetas ávidas (incluindo-me a mim) invadem as catedrais do consumo em busca de chocolates, bolachas e jóias. Bens de preços tão ridículos que só se podem justificar pelo requinte dessas catedrais do consumo e pela sofisticação dos volumes e dos seus rótulos. São dias assim que me fazem pensar na dicotomia entre o parecer e o ser, entre o interior e o exterior, entre o importante e o fútil...
20 chocolates da Wittamer, 35 EUR Post-scriptum:
A Godiva e é a rainha do honmei-choco e é a marca mais conceituada. Uma caixa-coração com 6 chocolates custa 15 EUR mas o sabor dos chocolates e o sorriso de quem a recebe valem bem os 15 EUR. Em questões económicas essa quantia nunca seria problemática, pois a amada merece o melhor. A questão é que para além da amada há que retribuir às pessoas que tomaram a iniciativa um mês antes (que podem ser muitas) e isso implica um rombo económico. Neste caso ser popular tem um preço a pagar...