30/04/08
Paixão
25/04/08
Qual é a sua viagem?
O Japão não nos deixa indiferente e os períodos de amor e ódio sucedem-se a períodos irregulares sem deixar espaço para a neutralidade e, a meu ver, isso é viagem, é mudança, é descoberta e é vida. E se a vida é uma viagem (quantos não o afirmaram já?), também os países viajam e crescem por entre as vivências das suas gentes.
Em Portugal, o 25 de Abril tem um simbolismo tremendo e há que o comemorar e nunca o esquecer pois, por este mundo fora, ainda há revoluções por fazer. É também nesta altura que se faz o clássico balanço do pós 25 de Abril, se discute a já de longa data apatia colectiva face à política, o aumento do individualismo e como é que foi possível que Salazar tenha ganho o concurso "Grandes Portugueses". Em que estado está o nosso país?! Qual é a sua viagem?! Para onde vai?!
Que o 25 de Abril nos continue a inquietar e que o seu legado chegue a bom porto. Essa responsabilidade recai sobre todos e, se for preciso apelar à mudança, embora já não haja capitães, felizmente ainda temos os professores...
22/04/08
Bem...
"Férias longas em vias de extinção
As férias de duas ou mais semanas parecem ter os dias contados. É a conclusão de um inquérito, a que responderam cinco mil pessoas, realizado pela cadeia hoteleira Holiday Inn, do grupo Intercontinental (IHG).
No questionário, 52 por cento dos inquiridos assegurou não ir de férias este ano nem sequer 15 dias, optando por fins-de-semana prolongados, 24 por cento fica por casa nos períodos de férias escolares, cerca de 20 por cento não consegue ter tempo para férias e um em cada dez refere o facto de ser impossível viajar em simultâneo com a sua cara-metade. A razão mais apontada para não ir de férias longas foi a falta de dinheiro ou a pouca vontade em gastar tanto em tão pouco tempo.
Por outro lado, 50 por cento não gosta de voos de longo curso e 10 por cento não gosta, mesmo, de viagens longas, seja de carro, comboio, avião ou barco. Além disso, 19 por cento não gosta de fazer e desfazer as malas de uma longa viagem, dez por cento angustia-se com ter de lavar a roupa no regresso, seis por cento preocupa-se com o trabalho acumulado durante a ausência e cinco por cento sente falta do conforto do seu próprio lar... C.B.R."
18/04/08
Brincar
Dia 81: Estação do Calor
A Estação do Calor fez a delicia de muita gente que, ao sabor dos escritos do Luís Cabral e das fotografias do Guillaume Philippe e Jordi Burch, viajaram a bordo do Falcon em 81 dias de andanças pela América Austral. Também nós degustámos licor Pisco e sentimos fervorosamente cada um desses 12 mil Km, esses 18 litros de oleo gastos, esses 9 pneus furados e os 11 mecânicos visitados. Tudo isso condimentou o nosso dia-a-dia e agora, que a Estação do Calor segue para novas paragens, cá vos esperamos com novas noticias dessa grande viagem a que chamamos vida.
Amei esse último texto do dia 81 e aqui vos deixo o mesmo mais o vídeo que o acompanha.
"As viagens nunca são o que planeamos. As viagens nunca são viagens se as planearmos geometricamente e as cumprirmos como às ordens de um comandante de excursão. As viagens são olhares. E os olhares não se planeiam. As viagens são esquinas. Nunca sabemos o que está para lá. As viagens são dureza. E são leveza. A leveza mais leve do mundo. As viagens não são longitude e latitude, meridianos e ângulos, perpendiculares e códigos postais. Isso é outra coisa. Isso são graus e traços a compasso e as fronteiras que o mundo tem.
As viagens são os pedaços de mundo, que se recolhem nos pontos inexactos e improváveis onde as pessoas se cruzam com as pessoas, deixando com elas qualquer coisa de nós, transportando nós qualquer coisa delas, em silêncios, em palavras, em gestos, em sorrisos, em coisas simples, indetermináveis, determinantes, parando em movimento, parando o movimento do comboio global e mecânico onde seguem os passageiros do quotidiano. As viagens são a alegria absoluta. E são desalento e desespero e imprevisibilidades e cansaço e força que se encontra. E saber que no dia seguinte não sabemos o caminho. E saber que há um recomeço de tudo, de tudo quanto está por ver, por saber, por experimentar, por conhecer. Viagem que é viagem só começa, nunca termina, entranha-se, adquire vida própria e, dentro, viaja. E, dentro, viaja muito depois de termos chegado.
As viagens somos nós. As viagens são sempre a nós, aos nossos confins, aos sítios de nós onde ainda não tínhamos estado. Quanto mais conhecemos do mundo, mais ele se torna maior. E nisso não existe maior grandeza.
É por isso que esta viagem não acaba aqui. Recusamos que acabe aqui e assim. Redundante, pois, dizer que o Estação do Calor vai continuar a ser um espaço de viagem, sem rota traçada, mas com longo caminho para andar. Há uma série de reportagens, que iremos publicar neste site e na revista Visão. E há ainda muito, muito, muito para ver. Será exactamente aquilo em que se transformar.
E, mesmo correndo o risco de parecermos um jogador de futebol perante a taça, queremos agradecer a todos quantos continuam a acreditar na raíz quadrada do homem, em todos os que sabem que Chagall não é o nome de código de uma célula terrorista, que os caminhos feitos são infinitamente menores do que aqueles que estão por fazer, que os países não se medem aos palmos, que a grandeza é feita de coisas pequenas, que as frases têm pontos, antecedidos de vírgulas, a viajar para um parágrafo, que simplesmente procura outra frase.
Um abraço do tamanho do mundo para todos quanto viajaram connosco. Um abraço especial para aqueles que sabem que nós sabemos que estiveram dia e noite connosco, que foram ânimo no nosso desânimo, alegria na nossa alegria, solução no nosso problema."
Extraido de Estação do Calor, dia 81.
16/04/08
13/04/08
Lisboa - Pequim 2008
"Trocar as velas das naus pelas rodas de uma scooter para acordar nos corações lusos, a audácia adormecida por velhos do restelo. Uma viagem espiritual, guiada pela intuição ao som de "mothership"."
Mário Cales vendeu o carro, comprou uma scooter Gilera (250cc) e pôs-se hoje a caminho de Pequim com um itinerário incompreensível e uma média diária irrealista (na minha opinião). Desejemos-lhe boa sorte e que realmente consiga chegar a tempo dos Jogos Olímpicos. Para acompanhar em http://www.tvnet.pt/vlogmariocales.php e em http://www.lisboapequim08.blogspot.com/
11/04/08
Apanhados XVI
09/04/08
Histórias do Mundo
Mais um duo de Portugueses que se fez à estrada (de Setembro de 2007 a Setembro de 2008) para "conhecer a liberdade por dentro". Espera-se que nos abram uma janela para o mundo e que partilhem a sua experiência ao longo de uma rota que passa por vários países (Cuba, Equador, Galápagos, Argentina, Patagónia, Chile, Ilha da Páscoa, Tahiti, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Austrália, China, Tibete, Nepal, Tailândia, Laos, Camboja, Vietname, Indonésia, Maldivas, Quénia e Tanzânia). Que os bons ventos os acompanhem!
Em Histórias do Mundo.
08/04/08
O Deus Pénis parte II
Em Kawasaki sente-se os ecos de um Japão de outrora – as ruas são descontraídas, as pessoas também o parecem ser e, por entre casas tradicionais e restaurantes de ramen, surgem pequenos e grandes templos que nos transportam para tempos idos, onde sorrisos fáceis e lojas quase que paradas no tempo se encontram ao alcance do olhar. E é neste contexto que se realiza o divertido festival Kanamara...
Houve dificuldades em captar, em formato fotografia, a atmosfera surreal do festival mas aqui vos deixo alguns momentos.
A chegada apoteótica ao templo
O Deus Pénis abandonando o templo
Resquícios após o festival: cerveja e chupa-chupas
07/04/08
04/04/08
O Deus Pénis
Desde o século XVII que no Japão, no primeiro Domingo de Abril, se realiza um festival em honra de Kanamara Sama (Sr. Pénis de Ferro). A sua origem remonta ao período Edo pois, como forma de vassalagem ao Shogun, os senhores feudais (com o seu séquito) viajavam regularmente entre as suas terras e a capital. Nestas rotas a prostituição depressa floresceu e as trabalhadoras do ramo pediam regularmente ao Deus Pénis prosperidade económica e protecção contra doenças sexualmente transmissíveis, e foi assim que nasceu o festival Kanamara! Actualmente é uma tradição multi-facetada pois também serve para pedir filhos, harmonia entre casal e partos fáceis e, já agora, algumas instituições locais aproveitam a deixa para alertar para os perigos do HIV e distribuir preservativos gratuitos.
Segundo 1 parece que todos os anos, em Kawasaki, se juntam milhares de pessoas sob a égide do Deus Pénis e, por entre altares móveis de grandes pénis rosa, tudo tem a forma de um falo (doces, chupa-chupas, comida, velas, recordações, nabos, chapéus, etc.). Também há pénis foguetão para aqueles que desejam emoções fortes (ver 2) e travestis divertidos que em transe colectivo entoam atè à exaustão: Kanamara, Kanamara, Kanamara, (...)
Farei uma reportagem completa para a semana que vem. Até lá deixo-vos estes vídeos.